Thursday, December 25, 2008

Ferreira de Castro e Reinaldo Ferreira -- Nota sobre a viagem do Repórter X à Rússia (1)


Publicado em Vária Escrita, n.º 5, Sintra, Câmara Municipal, 1998

Está por fazer o estudo sistemático da actividade jornalística de Ferreira de Castro (1898-1974), iniciada no Brasil em 1915, no Jornal dos Novos, de Belém do Pará, retomada em Lisboa, quando fundou O Luso (1920), e terminada n'O Século em 1934, com um remate final como director de O Diabo, entre 8 de Setembro e 10 de Novembro do ano seguinte. Pelo meio, entre as dezenas de títulos em que colaborou, deve registar-se a importante experiência do semanário Portugal (1917-1919), destinado à comunidade portuguesa de Belém, de que foi co-director; A Batalha, órgão sindicalista da Confederação Geral do Trabalho, dirigido por Alexandre Vieira (1884-1973) e o quinzenário Renovação, também da C.G.T., com Pinto Quartim (1887-1970) na direcção; as revistas ABC, de Rocha Martins (1879-1952), e Civilização, que com Campos Monteiro (1876-1934) lançou e dirigiu entre 1928 e 1930.

Monday, December 08, 2008

uma reportagem fotográfica


A T (Dias que Voam) reincidiu, e ofereceu-me, lá do seu blogue, estas duas
páginas da Eva, uma reportagem fotográfica de certo modo intimista, por ocasião dos 25 anos de publicação de A Selva (1930). Obrigado, T, um abraço!

Wednesday, December 03, 2008

testemunhos #3 - João de Barros

Habituara-se ao combate, ao sacrifício, e não ignorava a dor, sua e alheia,, camarada familiar da miséria e da desgraça. Fugira de casa, perdera-se na selva amazónica, batalhara pela liberdade
do espírito nas cidades onde mais tarde aportara, contruíra e fortalecera a sua nobre personalidade muitas vezes na solidão, no desespero e no desânimo. Passara fome e frio, calores excessivos, debilitantes enfermidades. Resistira sempre. Retemperava-se sempre. E, embora não se referisse jamais a esse passado de tormentosas dificulades da existência, adivinhava-se que através dele conquistara a superioridade da sua alma, a capacidade de «simpatia humana» que afirmava a cada passo, e uma consciência límpida e isenta de vaidades, que lhe permitia trabalhar com perfeito desprezo do que dele se pensava e dizia.
João de Barros, «Humanidade», Hoje, Ontem, Amanhã..., Lisboa, Livraria Clássica Editora, 1950, pp. 167-168.
[Acrescentado em 5-II-2009]